Noite de domingo. Chego, finalmente, em frente à Arena - casa de shows longe pra caramba lá depois da Barra da Tijuca - e não acredito no que vejo: uma fila quilométrica se estende por toda a avenida a perder de vista. Mal sinal. Tento achar alguém da produção do show por ali para saber que fila é aquela e porque a galera ainda não entrou, são quase 20:00 e o show marcado para às 20:30! Vai dar merda. Ninguém para informar nada. Ninguém, mesmo! Ando pra cá e pra lá sem saber cadê a fila pra pista premium e descubro que só existe uma fila - aquela fila! - para todos os setores. Fudeu, perdi o show, pensei, sem entender porque a fila não andava. Não acreditei quando ouvi que os portões não tinham sido abertos ainda, porra, como entrariam aquelas milhares de pessoas, como eu entraria??? Com a informação de que pelo estacionamento já se conseguia entrar pro show, mais do que imediatamente me lancei ao primeiro carro e pedi uma carona pra entrar, assim, na cara de pau mesmo. Era isso ou correr o risco de perder o show. Entrei e fiquei feliz de conhecer a Renata e o Fábio, casal gente boa que me acolheu em seu carro e nem aceitou minha oferta de pagar o estacionamento caríssimo de R$20,00. Ouvimos os gritos da galera lá fora quando finalmente os portões foram abertos. De dentro do estacionamento corri para a rampa de acesso olhando a fila interminável lá fora sem conter o sorriso orgulhoso de quem foi à luta e se deu bem. Mal eu sabia como a noite acabaria...
Depois de atravessar a confusão na entrada por conta de colocação da pulseira que retinha a galera, comprei e virei direto uma cerveja e respirei fundo, deixando a adrenalida baixar, tentando acalmar meu ânimo. Na sequência, bati um papo com um cara da produção que me confidenciou a razão do atraso de 1 hora e meia na abertura dos portões: a polícia não teria liberado alguma estrutura no piso e tiveram que fazer acertos em cima da hora até que liberassem. Somando a nova informação à tensão que eu já vinha trazendo da confusão do lado de fora e da visível desorganização, fiquei com uma sensação de que aquela noite não ia rolar numa boa, me bateu um feeling tipo: há algo de estranho no ar...
Tentei afogar minha tensão com váaaarias cervejas, mas ela persistia. A Arena agora já lotada.
Tudo pronto pro show. E o Iron entra no palco. A partir daí já se sabe a merda que foi. A barricada entre pista e palco cedeu pois a estrutura montada teve que ser refeita às pressas durante a tarde e não foi fixada devidamente. Felizmente ninguém se machucou. Felizmente prevaleceu o bom senso em não continuarem com o show.
Claro, o sentimento geral era de frustração. Eu permanecia preocupada, agora com a segurança do pessoal na saída, umas 13.000 pessoas, muitas crianças, tristes, revoltadas, e a galera que veio de outras cidades desesperada ao ouvir o cancelamento do show, podia dar zebra. Houve até um início de quebra-quebra, mas coisa pouca. Ainda bem.
Dureza foi voltar pra casa com aquele vazio no peito, a consternação pelos que não poderiam voltar no dia seguinte. Putaquepariu, inacreditável!
Mas foi. E dali era apostar as fichas no show de segunda.
Fotos de: Suguimoto e LiviaRegly, site: ironmaidenbrasil.com.br
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