terça-feira, 31 de agosto de 2010

Resenha de show: Paul Di'Anno no Hard Rock Café - 2010



Quinta-feira passada rolou show de Paul Di'Anno no Hard Rock Café. Cheguei cedo e fiquei curtindo o terraço, pensando que a noite agradável ao lado de uma galera sintonizada em rock pesado podia se repetir naquele local com certa freqüência, afinal, como o próprio nome sugere, o Hard Rock Café tem tudo a ver com eventos de rock pesado. E combina mesmo.
A galera ia chegando e fiquei surpresa com o público presente, não estava acreditando muito que o eterno ex-vocalista do Iron Maiden pudesse encher a casa. Encher, não encheu, mas tinha um público razoável esperando ansioso pelo show. Aí me dei conta de que é só falar em Iron Maiden que a turma pira, e o Paul Di'Anno faz parte da história do grupo tendo cantado nos dois primeiros discos, considerados por muitos os melhores do Iron. Inclusive, o show fez parte da turnê de comemoração dos 30 anos do primeiro álbum da Donzela, passando por 20 cidades brasileiras.

Quem abriu a noite foi a banda de apoio que se apresentaria em seguida com Paul D., a gaúcha Scelerata. Com um set curto, mostrou músicas próprias e um cover de Master Of Puppets, do Metallica que esquentou a galera. A banda toca uma onda de metal melódico, os músicos são competentes e têm uma boa presença de palco.

Com The Ides Of March, Paul sobe ao palco aos gritos da galera e mantém a sequência que abre o álbum Killers do Iron Maiden com Wrathchild, clássico da banda. Emendando com Prowler, já dava para sentir que as músicas estavam sendo tocadas numa levada bem mais acelerada. Entremeando com músicas de sua carreira solo, Di'Anno cantou o prometido, o álbum Iron Maiden foi tocado na íntegra, levando a galera ao delírio. O ponto alto da noite ficou por conta da bela e esperada Remember tomorrow, o melhor desempenho vocal de Paul na noite, e de Charlotte the Harlot. E, na parte final do show a sequência matadora: Killers, Phantom of the Opera, Iron Maiden e Runnig Free, levando o razoável público que ocupava o Hard Rock Café ao êxtase. Para fechar a noite, Transylvania, Blitzkrieg Bop, cover dos Ramones e Sancturary.

No geral, o show teve um saldo bem positivo. Apesar das músicas terem sido tocadas em sua maioria numa velocidade muito acelerada (talvez pela influência punk na carreira de Di'Anno) e do vocalista estar nitidamente fora de forma e ter claras limitações vocais, Paul Di'Anno tem carisma e sabe conduzir um show. Como disse um amigo antes do show diante da incerteza geral com relação à condição física do cantor (“acabadão” era o que mais se ouvia), o cara ainda tem “punch”, ele disse. E tem mesmo! Além disso, estava bem humorado e interagindo direto com a galera.

Infelizmente, o público só se animava pra valer durante músicas do Iron Maiden, o que foi uma pena, pois as músicas da carreira solo dele também são boas. Querendo ou não, parece que Paul Di'Anno sempre será conhecido como 'ex-vocalista do Iron Maiden'.

Mas, pelo menos para mim, com esta apresentação segura, Di'Anno mostrou que apesar das dificuldades, ainda sabe fazer um belo show de Heavy Metal. E, pelo que eu sei, é isso que vale, não é?


Set List:

1. Ides Of March
2. Wratchild
3. Prowler
4. Marshal Lockjaw
5. Murders in the Rue Morgue
6. Mad Man in the Attic
7. Strange World
8. The Beast Arises
9. Children of Madness
10. Gengis Khan
11. Remember Tomorrow
12. Faith Healer
13. A song for you
14. Charlotter the Harlot
15. Killers
16. Phantom of the Opera
17. Iron Maiden
18. Running Free
19 Transylvania
20. Blotzkrieg bop
21. Sancturary


Uma palhinha (ruim, pela péssima qualidade da filmagem) do que foi o show.

Prowler
http://www.youtube.com/watch?v=w0lxeakmgA4

Murders in the Rue Morgue
http://www.youtube.com/watch?v=akwG7uxnnmU


Hasta!

2 comentários:

  1. Aêee Lu, beleza de show hein, que bom a galera do Rio foi lá prestigiar o cara, li uma resenha no Whiplash do show em outra cidade, que não lembro qual foi, rs, que o Dianno ficou meio de mal humor com a resposta pouco entusiasmada do público com as músicas de sua carreira solo.

    Esse cara é muito bom, infelizmente não teve uma carreira solo de sucesso porque tbm fez questão de viver a sombra de sua ex banda, uma pena.

    O set list foi enorme pra duas horas de show, que bom, hehe.

    Ouvi muitos elogios dessa banda de abertura, muitos dizem que vai ser uma das próximas revelações mundiais saídas do Brasil sorte pros caras então.

    Como sempre um ótimo texto que dá a nós que ficamos sem assistir ao show uma pequena noção de como foi a coisa toda, meus parabéns!

    []s.

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  2. Fala Dagon,
    pois é, a galera realmente não conhece bem as músicas da carreira solo dele.
    Eu mesma não conhecia, mas achei bem boas. Nesses momentos o show dava aquela esfriadinha, mas aí vinha novo petardo do Iron..
    Acho que coube tanta música porque a maioria foi tocada numa velocidade bem maior que a gravação original. Um amigo disse que era porque o Paul queria terminar logo o show com medo de não aguentar até o final... rs.. ah, que maldade!
    Realmente, é uma pena ver um cara que tinha tanto talento e carisma desperdiçar a carreira e ficar à sombra do Maiden. Porém, ele tem um nome de peso e a galera que estava lá gritou por Di'Anno e não por Iron, hora nenhuma ouvi alguém gritar Iron ou Maiden. Isso foi legal.
    Que bom que você curte meus textos sobre os shows.
    Como eu comentei lá no H&H, show de rock é minha alegria de roqueira!
    Abraços,
    Lu

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